quarta-feira, 7 de julho de 2010

Poder da Mente

Podia se uma manhã fresca de verão, com a brisa da tranquilidade a viajar entre as folhas das árvores, mas para este ser inquieto e preocupado, isto passa-lhe ao lado.
A beleza de um dia assim não o tirava do estado de tristeza em que se encontrava, nem o fazia esquecer o turbilhão que se passava na sua mente.
Um restolhar disse-lhe que não se encontrava sozinho, mas ninguém aparece no seu campo de visão. Demasiado barulho dentro de si, tanta incerteza e culpa, fazem-no perder a distinção da realidade, do que é visível aos olhos ao invisível de si próprio.
Horas depois do constante olhar vazio, da imobilidade do corpo, da melancolia da alma, este ser mexe-se para se juntar aos seus iguais, todos eles feridos por dentro, mas ainda tendo-se uns aos outros, para se apoiarem e chorarem. Mas este ser não se quer abrir ao mundo, preferindo a dor, mas ansiando uns braços que o esperem e que o protejam do mundo e principalmente de si.
Um pequeno movimento capta-lhe o olhar. Ao crepúsculo de um dia de verão, uma fada aparece, mostrando os seus trajes fluidos e belos, trajes da noite, únicos e graciosos, envolvendo beleza e perfeição. Este ser, esta alma perdida segue esta visão soberba de fantasia, caminhando pela noite que cai, sob a luz da lua, com uma aura inconfundível de bem, que não é reconhecida.
Continua a andar sem pensar, só com um pensamento constante, que não se apercebe que está a ter, a puxá-lo para o desconhecido, para a verdadeira casa apesar de não o perceber.
O som da água desperta-lhe a atenção e ao chegar junto desse mar de memórias, lágrimas, tristezas e alegrias, encontra um deus, mais poderoso que Zeus, mais forte que Marte, mais belo que Apolo, a observar o conjunto de água e luz, lua e noite, solidão e amor.
Num movimento lento, vai-se virando, com uma pele de marfim, cabelo da cor da meia-noite, olhos de mar sem tempestade, corpo perfeito e divino, para o ser confuso, erguendo os seus braços musculados e partindo os seus lábios cor de sangue, fica à espera.
E num movimento desenfreado a alma move-se para o porto seguro do seu mundo, apertando-se e envolvendo-se nesta segurança súbita, mostrando todo o seu amor e deste modo ficaram toda a noite, com a lua cheia a brilhar e o poder da mente de duas almas, junto num só, segura por amor. A noite e o dia envolvidos finalmente.

5 comentários:

TiMadeira disse...

Lindo :D

Joana Martins disse...

thanks! x)

Anónimo disse...

UOOUU já sei comentar xDD

Está brutal, lindo, escreves lindamente(etcetcetc) e eu adoro-te!! não há palavras certas, adoroo texto, mesmo ^^

Alexandra disse...

Maravilhoso texto joana. Muito forte, verdadeiro, belo, coeso,enfim, tudo o que um texto desta qualidade tem! Parabéns, está lindo. Continua a escrever assim amiga e a partilhar tudo isso conosco.

Joana Martins disse...

Obrigado querida.
a tua opinião, tal como a de todos os outros é maravilhosa.

bjs